sexta-feira, 24 de junho de 2016

Karina Somaggio é intimada pela PF e deve contribuir com Lava-Jato

Ex-secretária de Marcos Valério denunciou o escândalo do ‘mensalão’ em 2005

Fernanda Karina Somaggio durante depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou as denúncias de corrupção nos Correios em 2005. (Foto: Valter Campanato/Agencia Brasil)


Erick Vizoki
Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária do publicitário Marcos Valério de Souza, deverá voltar a ser destaque na mídia. Ela prestará novo depoimento à Polícia Federal, no próximo dia 21 de julho, na sede da Superintendência Regional da instituição em São Paulo. Ela recebeu a intimação no final de março deste ano. É possível que a ex-funcionária de Valério tenha novas informações que ainda não vieram à tona. A intimação pode ser devido aos recentes desdobramentos na Lava Jato e à delação do ex-líder do PT no Senado, Delcídio do Amaral, ocorrida em fevereiro, mas que vazou para a imprensa em março.
Em entrevista ao jornal Zero Hora no mesmo mês, Karina afirmou que o ex-senador reafirmou tudo o que ela havia dito onze anos atrás. A publicação informa, ainda, que ela “surge como potencial testemunha da Lava-Jato”. 
Há exatos onze anos Karina Somaggio ganhou fama nacional e internacional após denunciar, em entrevista histórica para a revista IstoÉ Dinheiro, em junho de 2005, os meandros e detalhes do maior escândalo de corrupção que se teve notícia até então no Brasil, o ‘Mensalão’. Na época, Karina era secretária direta de Marcos Valério na agência de publicidade SMP&B e responsável pela assessoria integral da agenda do ex-patrão, além de principal interlocutora entre o publicitário e diversos políticos do alto escalão do governo Lula e empresários. 
Com as denúncias na imprensa e depoimento na CPI dos Correios, o País soube que Valério era o operador do esquema de pagamento e recebimento de altas somas em propina para diversos políticos ligados à cúpula do governo e de partidos da base governista. Eram eles o Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Popular Socialista (PPS), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Partido da República (PR), Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Republicano Progressista (PRP) e Partido Progressista (PP).  O episódio levou o Ministério Público a entrar com a ação penal nº 470 no Supremo Tribunal Federal. A imprensa passou a chamar o esquema de pagamento de propinas de “valerioduto”. 
Desde janeiro deste ano, Marcos Valério, condenado a 37 anos de prisão, tenta um acordo de delação premiada na Operação Lava-Jato. Mais recentemente, ele entregou ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MP-MG) uma proposta de colaboração para revelar novos detalhes sobre os escândalos do mensalão do PSDB e do PT. 
Karina Somaggio é atualmente pré-candidata a vereadora em São Paulo pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN).

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