Erick Vizoki
Uma amiga do Facebook me perguntou por que não falo nada sobre a decisão
do ministro Gilmar Mendes em suspender, no dia 12/05 (quinta-feira, posse de
Michel Temer e de seus ministros) as diligências em inquérito contra Aécio
Neves, quando critiquei as manifestações do MST (um dos tentáculos petistas nos
movimentos sociais) na praça de pedágio em Laranjeiras do Sul, no Paraná,
quando bloqueou a rodovia BR-227 por dois dias (ver vídeo acima). “Aguardo ansiosamente seu textão sobre a suspensão da
coleta de provas na investigação sobre o Aécio e termos pelo menos 11 ministros
com ocorrências judiciais (Fonte: AgênciaLupa) e a extinção do CGU”, disse ela.
Pois bem, aqui está.
Primeiro, as manifestações
contra a extinção da ControladoriaGeral da União, órgão responsável pela transparência, fiscalização e
combate á corrupção, aconteceram isoladamente, no Distrito Federal, sem atrapalhar
ninguém. A extinção do órgão só interessa a administrações corruptas.
Sobre os ministros de Temer com pendengas judiciais, todos nós sabemos
que não só boa parte de seus novos ministros, mas a maioria do Congresso, entre
deputados e senadores, incluindo as duas comissões do impeachment, tem contas a
acertar com o Judiciário. Só falta você me dizer que os ministros de Dilma e de
Lula eram todos santos e honestos. É o velho e ineficiente argumento de “eles
também fizeram, então nós também temos o direito de fazer”.
Mas os ministros de Temer assumiram ontem (12/05/2016). Primeiro temos
que esperar eles serem acusados e presos, como os ministros petistas, ok?
Quanto a suspensão das diligências sobre Aécio Neves e as suspeitas de
recebimento de propina de Furnas, eu também fiquei indignado. Se há alguma
suspeita sobre qualquer ator político, seja da agora situação, ou da agora oposição,
deve ser investigada e os culpados, punidos.
“Nós e eles”
A diferença entre petistas e não petistas (os tais “nós e eles”, segundo
a lógica lulopetista), é que não petistas não são fanáticos e conseguem
enxergar além das cortinas vermelhas estendidas pelo PT entre sua militância e
o resto do País. Como eu já havia comentado em minha página no Facebook, o PT conseguiu
uma façanha inédita na história recente da República Democrática do Brasil:
dividi-la em duas, a República Petista e a República Brasileira.
Não é porque não gosto e nunca gostei do PT que defenderei qualquer
outro político corrupto, seja de qual partido for. Mas Aécio não é presidente
do Brasil e não é ele que está sendo julgado em processo de impeachment. Além
disso, nenhum não petista, ou até mesmo "coxinhas", saíram às ruas
arrebentando tudo, bloqueando avenidas e estradas, ateando fogo em pneus e
lixeiras, agredindo jornalistas, invadindo e depredando estabelecimentos
comerciais e agências bancárias cada vez que o presidente do PSDB ou qualquer
outro ex-oposicionista é acusado de alguma coisa.
Repito: se ele é acusado, deve ser investigado e, se condenado, punido!!!
É assim que a Justiça tem que funcionar. Mas para os petistas, não. Qualquer
sombra de suspeita contra eles é injustiça, perseguição política, é golpe. E aí
saem espancando outros cidadãos e trabalhadores, numa clara intenção de dividir
o País, o que pode caminhar para uma estúpida guerra civil. E todos sabemos que
dividir é tática de guerra e de guerrilha. A divisão enfraquece o inimigo. No
caso, o suposto inimigo são todos aqueles que discordam dos ideais lulopetistas,
ou seja, a maioria do povo brasileiro.
A verdade é que ninguém quer tanto uma ditadura e repressão quanto o PT
e a esquerda, pois reside aí sua zona de conforto.
Em um País calmo e equilibrado não há motivos para arruaça, para
contestar, reclamar de repressão e perseguição, portanto não há como reivindicar
a derrubada de quem está no poder e exigir para si essa posição.
A esquerda e o PT procuram, a todo custo, criar e incentivar um ambiente
de constante guerrilha com a claríssima intenção de se colocarem na condição de
vítimas e perseguidos. Na falta de argumento melhor, agora dizem repetida e
enfadonhamente que estão sendo vítimas de golpe, acreditando (e é o que vai acontecer)
que seu argumento entrará para a história. Nos livros que serão exigidos futuramente
nas escolas, o termo surgirá para justificar a queda do PT em 2016 e que foram
vítimas de repressão e perseguição. É o mesmo que acontece atualmente e há décadas,
quando se ensina sobre os regimes socialistas implantados pelo mundo, sobre a
extinta e fracassada União Soviética e seus “mártires” como Che Guevara.
Contrassenso
O senador Humberto
Costa (PT-PE), ao votar no Senado contra a abertura do processo de impeachment
contra a presidente Dilma Rousseff, no dia 11/05, disse que o PT não terá
complacência com um governo golpista. Podemos concluir que sua afirmação é uma
ameaça á ordem pública e á tentativa de recuperar o País economicamente. Disse
também que não irá tolerar que se mexa em direitos dos trabalhadores e
benefícios sociais. É, no mínimo, um contrassenso e o suprassumo da falácia,
uma vez que a própria Dilma mentiu (e tossiu) quanto a isso em sua campanha em
2014 e mexeu em direitos sagrados dos trabalhadores, chegando a bloquear,
repentinamente, o seguro-desemprego de centenas de milhares de trabalhadores,
sem nenhum aviso, e os deixou em situação bastante delicada e difícil. A
alegação foi a de que muitos trabalhadores tinham seus CPF’s ligados a CNPJ’s,
ou seja, mentiam para a União e que eram, na verdade empresários. Ou seja, o
governo presumiu que, se um trabalhador arrisca-se em um pequeno
empreendimento, ele sobreviverá tranquilamente de seu negócio, sem precisar
voltar a ser empregado em alguma outra empresa. Não se levou em consideração que
o tal pequeno empreendimento poderia não dar certo e o audacioso
microempresário acabaria voltando, pobre como antes, ao mercado de trabalho.
Isso sim, para mim, É GOLPE!!!